3 - CONCLUSÕES
a) Na modernidade industrial há uma
redução do espaço subjetivo, um desencontro e uma perda. A partir da última
modernidade, haveria uma revalorização da subjetividade proscrita, que começa a
ser reintroduzida na cena cotidiana.
b) As formas da objetividade mostram a
tendência formalista, a formalização e objetivação.
c) O reconhecimento crítico do impasse
denunciaria o autoritarismo da objetividade. E é aí que começaria a haver os
primeiros gestos de recuperação da subjetividade.
d) A recuperação renovada da subjetividade
não faz com a objetividade o que esta fez com ela, pois não a exclui, não é
concluinte. É uma recuperação produtiva, não se trata de uma reprodução. A
grande obra de arte superaria o dualismo entre objetividade, entre razão e
paixão. E o lugar da superação seria o discurso. Esta reconstrução teria o
caráter de trabalho permanente, caracterizaria o enlace com o tempo. Volta para
avançar, como re-avanço.
e) Cada vez mais fomos percebendo que as
formas da objetividade estavam a serviço da violência e da dominação.
f) No espaço da arte começa-se a ver esta
recuperação: a diversidade de Diadorim não seria um mero papel social.
g) Opomos, entretanto, a opulência da
objetividade (a razão) aos discursos das margens, diferentes, dos fragmentos e
detritos, dos banidos e do que não é o centro, em suma, das veredas do sertão.
h) No sertão, percebemos que o homem só
seria livre com o reconhecimento do outro, e o grande sertão só é grande quando
reconhece e absorve a vereda.
i) É provável que no sertão estejam os
limites dos serviços da razão.
j) O discurso literário seria portador dos
valores da subjetividade, da relação intercomunicativa, solidária.
k) Literatura seria arte de
autoconsciência, arte de abrir espaços de consciência.
l) Diadorim pode ser síntese de uma
dialética de possibilidade de emancipação com a crise que o vitima ao
sacrifício do objeto.
m) As veredas do sertão responderiam pelas
incertezas que substituem a certeza tecnocientífica.
n) Grande
Sertão: Veredas seria uma “auto-reflexão irracional”; e a razão talvez seja
“a faca com a qual o homem ainda se matará um dia”
o) A razão tecnológica intervencionista
teria produzido um horizonte de irracionalidade que transparece na propensão da
literatura para o fantástico.
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